A deputada Eliana Pedrosa quer a oposição a Agnelo Queiroz ocupando o mesmo palanque em 2014. Essa união de centro-esquerda com sotaque de direita pode até parecer utopia, mas se a ideia vingar é bem provável que o PT, pela segunda vez, não reeleja o ocupante do Palácio do Buriti.
O sonho da deputada, confidenciado a correligionários, recebeu pinceladas de realismo na noite desta terça-feira 24, no ato de filiação de Eliana ao PPS. Tinha político de todas as matizes. Quem não apareceu, mandou representante.
A própria Eliana é pré-candidata ao governo. Mas ela admite abrir mão da cabeça de chapa se for para a aliança sair vitoriosa. Nomes para viabilizar um acordo dessa amplitude é o que não falta. É tanta gente que pode transformar o sonho em pesadelo.
O ex-governador Joaquim Roriz, um suposto postulante à cadeira de Agnelo, mandou que sua filha Liliane, colega de Eliana na Câmara Legislativa, representasse o clã na cerimônia de filiação. José Roberto Arruda também fez o mesmo. Muitos dos seus seguidores foram vistos circulando naturalmente entre as mais de três mil pessoas que marcaram presença na festa.
Roriz e Arruda são dois nomes de peso. Os cargos majoritários são três (governador, vice e um senador). O problema reside aí. Se os dois abraçarem a proposta de Eliana, quem será o quê? Isso sem falar no ex-deputado Alberto Fraga, que abraçou efusivamente a nova conquista do PPS. Quatro nomes de centro-esquerda-direita para se espremerem no funil eleitoral.
E a fatia da esquerda propriamente dita, como fica? O que dizer da dupla que poderia ter inspirado Bob Kane, representada pelo senador Cristovam Buarque e o deputado Antonio Reguffe? Que lugar estaria reservado a Batman e Robin?
O único nome que não se discute para compor essa costura é o do também senador Rodrigo Rollemberg. Porque, até prova em contrário, ele é candidato independente, para garantir palanque ao seu chefe Eduardo Campos, presidente do PSB e virtual candidato à sucessão de Dilma Rousseff.
Eliana Pedrosa fez um discurso positivo. Deu a entender que pretende atravessar o gramado que separa a Câmara Legislativa do Palácio do Buriti para governar com e para o povo. Pode até relegar a um segundo plano (ou turno) o apoio do PDT. Entretanto, terá de tirar uma pedra do sapato. É Olair Francisco, que discursou apoiando a provável candidata, mas o tom do pronunciamento era o de candidato ao Senado.
Ops. Mais um. Talvez seja muito gato para um balaio só. Se a aliança não se concretizar, melhor para Agnelo. E se a oposição rachar, a gente desmente o que está dito lá em cima. Apenas Cristovam não teria sido reeleito.
Informou Notibrás.
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