Empresas retomariam construções nesta quinta-feira, mas não houve movimentação na área disputada com índios. Manifestantes montaram guarda no terreno
Sabrina Fiuza_Brasília247 – O grupo de manifestantes que defende a propriedade indígena sobre terrenos do Setor Noroeste vendidos pela Terracap passou a manhã desta quinta-feira na área. A intenção foi impedir qualquer tentativa de obras das construtoras Brasal, Emplavi e João Fortes. Nenhuma delas, porém, retomou os trabalhos. O grupo faria hoje uma manifestação em frente ao Ministério da Justiça, mas optou por realizar o ato na semana que vem, quando haverá audiência pública sobre o assunto.
A Brasal e a Emplavi garantiram que não haverá construção, apesar de terem informado na terça-feira (18) que recomeçariam os trabalhos hoje. O advogado da Emplavi, Nader Franco, diz que a construtora deve voltar às obras até segunda-feira (24). Segundo a assessoria de imprensa da Brasal, a empresa não tem previsão de voltar a trabalhar no terreno, pois quer evitar conflito como os de semana passada. Houve agressões entre defensores dos índios e seguranças das construtoras.
O ato que os apoiadores do Santuário dos Pajés pretendem realizar em frente ao Ministério da Justiça tem o objetivo de denunciar a negligência da Fundação Nacional do Índio (Funai), subordinada à pasta, e divulgar a carta da Associação Brasileira dos Antropólogos que manifesta apoio aos indígenas e aos antropólogos Jorge Eremites e Levi Marques, responsáveis pelo estudo do Noroeste encomendado pela entidade.
Segundo o antropólogo Rafael Moreira, integrante do grupo de manifestantes, o ato será na semana que vem, em data mais próxima à audiência pública na Funai convocada pela juíza federal Clara da Mota Santos para 27 de outubro. “O que queremos é que o Ministério da Justiça pressione a Funai, que faz oposição aos índios”, critica Moreira, apoiador do Santuário dos Pajés desde 2007. “A Funai é negligente, pois nunca se pronunciou e ainda esconde o laudo antropológico.”
A equipe do 247 fez contato com a Funai, mas a fundação não se pronunciou.
A disputa
A juíza Clara Santos delimitou a área indígena dentro do Noroeste em 4,18 hectares, mas os índios da etnia Tapuya resistem e reivindicam 50 hectares, referentes à área que ocupam, utilizam e preservam. Os índios da etnia Kariri-Xocó e Tuxá fizeram acordo com a Terracap na terça-feira para serem removidos para novo local, na Área de Relevante Interesse Ecológico Cruls, ao lado do Setor Noroeste.
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